ATA DA CENTÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 08-11-2007.
Aos oito dias do mês de novembro do ano de dois mil
e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa,
Jorge Sodré, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos
Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo e
Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo,
o Pedido de Providência nº 4921/07; pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido
de Providência nº 4957/07; pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 274/07 (Processo nº 8171/07); pela Vereadora Maria Celeste, os
Pedidos de Providência nos 4958 a 4962/07; pela Vereadora Maria
Luiza, os Pedidos de Providência nos 4922 a 4956/07. Também, foi apregoado
o Ofício nº 1433/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando
o Projeto de Lei do Executivo nº 029/07 (Processo nº 8685/07). Ainda, foi
apregoado o Memorando nº 429/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência
informa a Representação Externa do Vereador Dr. Raul, hoje, na abertura do “I
Fórum Estadual de Vigilância de Medicamentos e as Relações de Consumo”, às nove
horas, na sede do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 030, 111, 167, 267,
333, 352, 706, 1056, 1146, 1318, 1509, 1617 e 1729/07, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra,
em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luis Carlos Gasparote, da Associação dos
Moradores e Amigos do Bairro Independência – AMABI –, que denunciou problemas
enfrentados pela comunidade das imediações da Avenida Cristóvão Colombo, em
face da poluição sonora causada pelo Shopping Total, referindo-se, em especial,
às casas noturnas estabelecidas na área interna desse centro de compras. Em
relação ao assunto, enfatizou que o problema relatado por Sua Senhoria foi
agravado com as obras de reconstrução da parte do Shopping Total atingida por
incêndio no dia vinte e um de julho do corrente. Em continuidade, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os Vereadores Bernardino Vendruscolo, José Ismael
Heinen, Ervino Besson, Sofia Cavedon e Luiz Braz manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e três
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze
horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell defendeu a anulação do processo eleitoral
deste ano para o Conselho Tutelar de Porto Alegre, rechaçando a eleição do
Senhor Rafael Fleck para esse órgão e afirmando que esse cidadão tem ligação
com a Secretaria Municipal da Juventude. Também, leu documentos relativos a
supostas irregularidades cometidas pelo Senhor Mauro Zacher, quando no
Diretório Central dos Estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. O Vereador Guilherme Barbosa referiu-se às investigações do
Ministério Público sobre possíveis irregularidades nas eleições para
Conselheiros Tutelares de Porto Alegre, defendendo a anulação desse pleito.
Ainda, discorreu sobre as prisões feitas pela Polícia Federal de envolvidos com
fraudes no DETRAN gaúcho, afirmando que a importância dada pelos meios de
comunicação a essa notícia não foi proporcional à gravidade do fato.
Finalizando, enfatizou os índices de crescimento no País. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Adeli Sell discorreu acerca da situação da coleta de lixo em Porto
Alegre, mencionando problemas existentes na destinação dos resíduos aos galpões
de reciclagem mantidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Ainda,
cobrou da Prefeitura medidas que garantam o recolhimento efetivo do óleo de
cozinha usado e mencionou a necessidade de conscientização da população em
relação aos prejuízos causados pela destruição de lixeiras públicas. O Vereador
Mario Fraga, respondendo aos pronunciamentos do Vereador Adeli Sell, em Grande
Expediente e Comunicações, sustentou que a coleta de lixo em Porto Alegre está
sendo realizada normalmente e contraditou declarações relativas ao Senhor
Rafael Fleck, Assessor da Secretaria Municipal da Juventude. Além disso,
convidou todos para a edição deste ano da “Festa do Ridículo”, a ser realizada
no dia dez de novembro do corrente, no Bairro Belém Novo. O Vereador Aldacir Oliboni comentou incidentes entre grupos
indígenas e integrantes da Brigada Militar ocorridos no Brique da Redenção, no
dia quatro deste mês, propugnando por
maior fiscalização da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio
quanto aos espaços destinados à exposição de artesanato indígena. Ainda, solicitou do Governo Municipal o envio, a este Legislativo, de
Projeto criando vagas de Agente Comunitário para atuação junto à Secretaria
Municipal da Saúde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei
questionou as políticas públicas do Prefeito José Fogaça, criticando,
especialmente, a questão do recolhimento de lixo na Cidade. Sobre o tema,
relatou divergências de informações por parte do Governo Municipal em relação
aos dias de coleta seletiva no Bairro Lomba do Pinheiro, destacando a importância,
para a saúde da população, da separação e destinação corretas dos resíduos domésticos.
A seguir, foi apregoado o Memorando nº 431/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência
informa a Representação Externa da Vereadora Margarete Moraes, amanhã, na
quarta edição do Troféu Cultura Econômica Jornal do Comércio e CaixaRS, às
dezenove horas, no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Claudio Sebenelo relatou
denúncia recebida por Sua Excelência, segundo a qual funcionários do Grupo
Hospitalar Conceição, mesmo sendo eleitos pelos colegas para ocuparem cargos de
chefia, tiveram vetadas suas indicações por participarem de ações judiciais
trabalhistas contra essa instituição. Nesse
sentido, classificou esse veto como medida discriminatória, destacando
que o acesso à Justiça do Trabalho é direito constitucionalmente garantido aos
cidadãos. O Vereador João Antonio Dib teceu considerações acerca das
responsabilidades inerentes à vida pública e às dificuldades do momento
político do País, afirmando que deve haver maior preocupação, por parte dos
parlamentares brasileiros, com a população, que, por meio do voto, buscou nos
políticos a solução para os problemas por ela enfrentados. Nesse sentido,
justificou ser mais importante o reconhecimento pelo trabalho que se realiza e
o respeito às pessoas do que a autopromoção. O Vereador Ervino Besson convidou todos para a “Festa do
Ridículo”, programada para o dia onze de novembro do corrente, salientando que
esse evento é realizado anualmente no Bairro Belém Novo. Da mesma forma, registrou o início, no
dia quatorze deste mês, da 23ª Festa do Pêssego de Porto Alegre e da 16ª Feira
Estadual do Pêssego, no Bairro Vila Nova, frisando a importância do incentivo ao agronegócio e ao setor de
turismo como instrumentos de geração de emprego e renda no Município. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 256 e 260/07, o Projeto de Resolução nº 079/07; em 2ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 223, 244 e 191/07, este discutido
pelo Vereador Ervino Besson, os Projetos de Lei do Executivo nos 024
e 025/07, este discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Carlos Comassetto
e Adeli Sell, o Projeto de Resolução nº 078/07, discutido pelos Vereadores
Guilherme Barbosa, Carlos Todeschini e Ervino Besson. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e vinte
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezesseis horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi aprovado Requerimento verbal,
formulado pela Vereadora Maristela Meneghetti, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em
reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes. Às dezesseis horas e
trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização
de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezessete
horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum. Às dezessete horas e
trinta e três minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha, a Senhora Presidenta declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Aldacir Oliboni
e Margarete Moraes, esta nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento,
e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha e pela Vereadora Sofia Cavedon,
esta como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Informo que a
Mesa Diretora e as Lideranças estão reunidas para tratarem de questões de
urgência, por isso estamos assumindo a direção dos trabalhos neste momento.
Passamos à
O Sr. Luis Carlos Gasparote, representando a Associação
dos Moradores e Amigos do Bairro Independência, a AMABI, está com a palavra
para tratar da poluição sonora produzida pelo Shopping Total, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O SR. LUIS CARLOS GASPAROTE: Exma
Presidenta Margarete Moraes, Excelências presentes, senhoras e senhores,
boa-tarde. Meu nome é Luis Carlos Gasparote, fui designado pela Associação dos
Moradores e Amigos do Bairro Independência, a AMABI, como porta-voz para
apresentar o texto que se intitula “Ganhos ou Perdas?”, redigido pela própria
Associação, o qual a seguir passo a ler. (Lê.) “Ganhos ou Perdas? Somos
moradores do bairro Independência e Floresta - Ruas Cristóvão Colombo,
Comendador Coruja, Ernesto Alves, Santo Antônio, Pinheiro Machado, Tiradentes e
Gonçalo de Carvalho. Constituímos uma entidade, a Associação dos Moradores e
Amigos do Bairro Independência - AMABI. Somos um grupo coeso e homogêneo
comprometido com a nossa cidadania, com o bem-estar comum, características
essas tão necessárias à cultura de uma cidade, pois eleva a auto-estima e a
qualidade de vida de uma população. Acreditamos nesses princípios e temos a
convicção de que os mesmos estão presentes em cada um dos senhores quando
buscam diretrizes para efetivar realizações que beneficiem a todos nós,
cidadãos desta Cidade, objetivo maior desta Casa.
“É
então com essa linha de pensamento que vimos até esta Tribuna, na busca de
solução para um problema grave que vivenciamos no momento atual. São situações
impostas incorretamente por pessoas que desrespeitam as leis: Lei Municipal do
Silêncio, Código Civil, Código de Postura Municipal. Esse desrespeito nos
atinge diretamente: noites maldormidas, cansaço físico e mental, distúrbios
físico-emocionais, todos resultantes do impacto ambiental oriundo de um dos
prédios históricos tombados, o principal, a antiga Cervejaria Brahma,
atualmente Shopping Total. No referido prédio histórico tombado
estabeleceram-se as casas noturnas John Bull, Museu do Esporte e República de
Madras. Esta última, em especial, produz insuportáveis poluições sonoras que se
propagam pelos prédios residenciais do entorno. Dos estabelecimentos acima
citados, destaca-se a República de Madras, com atividades semanais ocorrendo
nas quintas, sextas e sábados, no horário das 23 horas às 6 horas.
“Nos dias de funcionamento dessa casa, há um
acentuado aumento de tráfego na Rua Cristóvão Colombo, especialmente nas
quintas-feiras, atingindo o ápice às 2 horas da madrugada. No momento atual, a
intensa poluição sonora está acrescida pelo congestionamento de carros e suas
buzinas. Os freqüentadores desta casa noturna, visando a apressarem suas saídas
através das cancelas - agora atuantes, pós-incêndio -, utilizam as buzinas em
um contínuo e altos sons, grandes buzinaços, que acontecem em diferentes
momentos da madrugada. Algazarras, palavrões, gritos estridentes, pessoas
alteradas, talvez com sintomas de embriaguez alcoólica ou similar, são
constantes nas noites de atividade dessa casa. Salientamos que consta no site
da República de Madras que a mesma tem capacidade para mil pessoas. Então,
surge a pergunta: a estrutura do prédio histórico tombado suportará os intensos
impactos semanais?
“No dia 09 de outubro 2007, um grupo de moradores,
representando a AMABI, a convite da SMAM, reuniu-se com representantes de
diferentes órgãos municipais - SMAM, Ministério Público, EPTC, SMIC - assim
como com o proprietário da casa noturna República de Madras e o representante
do Shopping Total. Ali demonstramos o nosso inconformismo com o não-respeito às
leis e à nossa pessoa
física. O Ministério Público solicitou-nos um tempo - vinte dias -, para que a
casa providenciasse melhorias no impacto sonoro. Fomos tolerantes e confiantes
e não solicitamos, naquele momento, a interrupção do funcionamento da referida
casa noturna. O tempo esgotou-se, e supõe-se que nada foi feito. Pelo
contrário, houve aumento da poluição sonora, acrescida dos referidos
buzinaços.”
É
necessário que se faça um adendo: pós-incêndio, com a reconstrução do Shopping
Total, foi acrescido o barulho de obras, e isso está perturbando
consideravelmente todos os moradores da região. Acrescente-se também que, com
esse advento, aumentou significativamente os furtos na redondeza; o pessoal que
sai do Shopping normalmente sai com presentes e obviamente com dinheiro, e eles
são abordados por maus elementos. Também eu queria acrescentar aqui as minhas
desculpas, porque esta para mim é uma espécie de début, é a primeira vez
que estou falando num plenário e vim completamente desprevenido até na
indumentária. Perdoem-me por isso.
(Lê.)
“Enfatizamos que esses fatos já estão causando danos à saúde física, mental,
emocional dos moradores atingidos, que já sentem no seu cotidiano as suas
capacidades física e intelectual diminuídas, uma resultante do repouso
deficiente associado a um grande stress emocional.
“Frustrados,
recorremos a esta Tribuna democrática, que dá voz, ouve e debate as
solicitações dos cidadãos. Sabemos que a justiça não só emana do Poder
Judiciário, mas também desta Casa. Reconhecemos os benefícios que um shopping traz a uma comunidade, no
entanto a realidade está demonstrando, no nosso caso, uma série de contrastes
existentes, são os interesses econômicos de ‘recreação’ - exemplificado pela
casa noturna aqui mencionada - que se confrontam com as necessidades básicas,
comuns a todos nós.” Eu agradeço muito a atenção. Uma boa tarde.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convido
o Sr. Luis Carlos Gasparote para compor a Mesa.
Registro
a presença de cidadãs e cidadãos da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro
Independência, que prestigiam esta Casa. Quero dizer que é uma função deste
Parlamento exercer a fiscalização do Executivo. Portanto são sempre muito
bem-vindos.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sr. Luis Carlos Gasparote, aqui
representando a Associação dos Moradores e Amigos do Bairro da Independência, a
AMABI, eu cumprimento todos os que o acompanham esta Sessão e aqueles que aqui
não estão, porque têm seus compromissos profissionais. Quero dizer que vou
apanhar o seu depoimento no Setor de Taquigrafia e levá-lo de forma oficial não
só ao Secretário da SMIC, mas ao Prefeito de Porto Alegre, porque esse assunto
já vai longe. Não é de hoje que nós ouvimos as pessoas que moram no entorno do Shopping Total reclamarem. O Shopping veio, sim, para
trazer mais recursos à Cidade, mas esqueceu de olhar os seus vizinhos. E não é
justo que vocês passem pelo que estão passando. Então, comprometo-me, em nome
da Bancada do PMDB, a levar essa reivindicação, de forma oficial, ao Executivo.
Nós temos que ter uma solução. Não podemos aceitar que não se respeite o
direito ao silêncio daqueles que moram ali no entorno. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço
ao Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; quero cumprimentar o Sr. Luis Carlos
Gasparote, da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência, isto
deixa a gente estupefata, porque eu tenho batalhado muito aqui defendendo a
condição sonora dos clubes sociais de Porto Alegre; clubes que, por mínimos
detalhes, estão com os seus salões sociais lacrados. E, nas atividades dos
clubes sociais, em que há a responsabilidade dos presidentes e diretorias, tenho a
certeza de que não acontece a milésima parte do que está acontecendo no Shopping Total, onde, para a minha
surpresa, não houve o vedamento de som das casas noturnas, algo que deveria
realmente existir, porque nos clubes sociais há o controle sonoro dos decibéis,
que estão muito aquém da necessidade dos nossos salões sociais, e isso temos
que buscar para fazer uma equalização. Portanto, os moradores e os amigos do
bairro Independência podem contar com a nossa adesão a essa solicitação.
Colocamo-nos à disposição, incorporando-nos nessa batalha, que considero justa,
justíssima, e gostaria de dar os parabéns pela mobilização de V. Sª, juntamente
com os amigos e moradores do bairro Independência. Parabéns, estamos à
disposição. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Minha cara
Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sr. Luis Carlos Gasparote, quero
cumprimentá-lo em nome da Bancada do PDT e cumprimento também as pessoas que
acompanham nas galerias essa sua reclamação. Vou mais além, na linha de
pronunciamento do Ver. Bernardino Vendruscolo: faço um apelo à Presidência da
Casa para que mandemos uma cópia ao Ministério Público. Eu estranho, porque
tenho recebido algumas reclamações de problemas como os que senhor traz a esta
Casa, e a SMIC os resolveu. O problema que o senhor trouxe à Câmara Municipal
já é de conhecimento da SMIC e do Ministério Público, então temos que ver por
que ele persiste. Nós vamos fazer a nossa parte, porque fomos eleitos por este
povo de Porto Alegre, somos 36 Vereadores e Vereadoras e temos responsabilidade
com esta Cidade. Vou pedir mais uma vez à Presidência que envie mais uma cópia,
com a concordância dos Srs. Vereadores, reforçando o seu depoimento, ao
Ministério Público e à SMIC, que tem resolvido pelo menos todos os problemas
que este Vereador tem solicitado. Vamos ver o que está acontecendo no Shopping
Total e por que essa questão não foi resolvida.
Então, fica aqui o nosso apoio, e acho que a
Tribuna Popular foi uma grande conquista da população, pois o senhor traz esse
problema, assim como outros problemas também são trazidos aqui. Nós temos que
estar juntos com a população, ajudando a resolver os problemas da nossa Porto
Alegre. Um abraço, meu amigo.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Prezado Luis
Carlos Gasparote e demais moradores do bairro Independência, quero, em nome da
nossa Bancada - especialmente do Ver. Adeli e Ver. Guilherme, que estão aqui
neste momento -, dizer que nós nos somamos à sua indignação perante esses
fatos. Somos defensores do direito do indivíduo à sua paisagem, à sua qualidade
de vida. Não imaginamos uma cidade em que empreendimentos possam se instalar
sem o devido cuidado e sem o devido diálogo e negociação com os moradores do
entorno. Infelizmente, nós temos acompanhado a luta dos moradores do entorno do
Shopping Total e da Associação, a AMABI, desde a vontade deste Governo de instalar
ali a OSPA. Nós sabíamos que ali era uma área muito conflituada em termos de
trânsito, em termos de movimentação, o que colocava em risco a preservação do
patrimônio natural que temos lá, da qualidade de vida e do direito de moradia,
pois trata-se de um bairro tradicional da nossa Cidade. A Rua Gonçalo de
Carvalho e bairro Independência mostraram que não vão deixar uma Cidade ser
determinada por quem não é morador, por quem governa e que, de fato, não
representa os moradores, não respeita os moradores. Vencida essa batalha,
vencida para o bem, porque hoje está demonstrado que o problema lá seria muito
maior, estratosfericamente maior, surpreendemo-nos que ainda existam situações
não-contornadas, não-controladas e a omissão dos órgãos públicos, porque essa
situação de ruído num local, num shopping que é extremamente próximo das
moradias, tem que ter um controle muito maior do que em qualquer outro local.
Nós
vamos nos somar às iniciativas já expressas pelos Vereadores, tenho certeza,
Ver. Adeli, de que estaremos acionando a SMAM, a SMIC, o Ministério Público,
reproduzindo esse tema trazido aqui pelo Sr. Luis, pela Associação e, quem
sabe, agendando também aqui nas nossas Comissões... Temos Comissões na Casa em
que podemos fazer o debate, chamando diferentes órgãos. Vamos verificar qual é
a melhor Comissão para o caso, quem sabe a de Direitos Humanos, estamos com um
período curto, com muitas agendas ainda neste final de ano, mas vamos propor aos
Vereadores que uma dessas Comissões chame ao assunto o Shopping e todos os
responsáveis pela qualidade de vida e pela harmonia do funcionamento “moradias
e empreendimentos”. É inaceitável que os moradores tenham que apelar à Câmara
Municipal, depois de reuniões com o Governo, e não tenham sido ouvidos, não
tenham sido as suas reclamações encaminhadas.
Verª Margarete, obrigada pela tolerância. Parabéns
pela luta de vocês, contem com a nossa Bancada para terminar com esse
desrespeito. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete
Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Luis Carlos
Gasparote, da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência, a
AMABI, esse tema da poluição sonora vem se arrastando através dos tempos.
Várias comunidades travam realmente grandes lutas, grandes batalhas nas suas
regiões exatamente para se livrar desse flagelo que é a extrapolação da
sonoridade em determinados locais, em determinadas horas.
Eu acredito que hoje nós iniciamos o trabalho de
uma Comissão que tem muito a ver com o tema que o senhor traz a esta Câmara
Municipal, que é a Comissão que trata da revisão do Plano Diretor, porque essa
questão trazida é uma questão de zoneamento. Nós temos que tratar realmente
essa questão de zoneamento, com todas as atividades que são exercidas na
Cidade, dentro do Plano Diretor. Há muito tempo eu venho apelando, e nós não
temos nenhum capítulo hoje que trate especificamente dessa questão. Mas o Plano
Diretor é voltado exatamente para isso. Então, eu pediria que o senhor e a sua
comunidade entrassem em contato com a Comissão do Plano Diretor aqui nesta
Casa, que tem componentes de todos os Partidos, para que possamos não apenas
tratar da sua região, mas tratar das várias regiões da Cidade, onde existe
realmente esse tipo de problema. Eu sei que esse é um problema muito cruel para
as pessoas que querem descansar e poder ter um dia normal quando acordam.
Quero cumprimentar o senhor e dizer que sou Relator
da Comissão que trata da revisão do Plano Diretor, e nós nos colocamos à
inteira disposição do senhor e da sua comunidade para que possamos conversar
acerca desse assunto. (Palmas.) Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não havendo mais Bancadas inscritas nem presentes,
encerramos a Tribuna Popular, agradecendo a presença do Sr. Luis Carlos
Gasparote nesta Casa e da comunidade aqui presente, dizendo que nós vamos
encaminhar à Mesa Diretora todas as sugestões aqui colocadas pelos Vereadores e
pelas Vereadoras. Muito obrigada pela sua presença.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às14h43min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 14h45min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.
O SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Vereadoras, cidadãos e
cidadãs, atentem para a gravidade das denúncias que farei e para as provas que
vou apresentar. Hoje vou demonstrar, cabal e inequivocamente, que as eleições dos conselheiros
tutelares terão que ser anuladas para o bem das crianças e dos adolescentes,
com o fito de protegê-las de pessoas inescrupulosas, mentirosas, grosseiras,
violentas, pessoas que nunca realizaram trabalho nessa área, entre outras
coisas que todos nós sabemos aqui neste plenário, mas que muitas vezes não
temos coragem de falar. Hoje vou mostrar a ligação do grupo Mauro Zacher com
alguns conselheiros eleitos, cuja marca tem sido a violência, a sacanagem, o
terror, as ameaças e outras ações escabrosas que dormitam nas delegacias de
polícia, em algum tribunal e em outros esconderijos, mas que agora estão vindo
à tona.
Vou
citar o que consta no Relatório Final da Subcomissão Mista, de duas Comissões
da Assembléia Legislativa em 2004. Aliás, há uma citação de um panfleto do
então candidato Mauro Zacher que diz: “Aos 28 anos, Zacher já construiu sua história
no Movimento Estudantil: participou do Centro Acadêmico Visconde de Mauá, foi
dirigente da União Estadual dos Estudantes da PUC. Nesse período, Zacher foi o
principal articulador do programa de benefícios estudantis que concedeu mais de
oito mil bolsas de estudo para os estudantes da PUC, que passaram a pagar
somente 50% do valor das mensalidades”. Isso foi mostrado no depoimento do dia
14 de setembro de 2004, folha 39 do Relatório, que depois eu posso passar à
Mesa Diretora com todas as provas que estão aqui, é público. Ora, há fraude,
roubo, mentira, enganação; como ele fez menos votos do que o número de bolsas
da PUC de que ele se adonou, isso significa que não conseguiu enganar a todos,
muito menos vai nos enganar, estando na Secretaria da Juventude ou voltando
para cá. Se o Prefeito Fogaça quiser fazer jus ao seu currículo e à sua
trajetória política, que o mande para longe da Secretaria da Juventude.
Agora
falarei do primo do Mauro Zacher eleito conselheiro tutelar com mais de 2.600
votos na Micro 01, uma façanha sem precedentes na nossa história: Rafael Fleck,
cuja biografia faz inveja a muitos transgressores que freqüentam as colunas
policiais dos nossos jornais. Leio: “Saindo da TVCOM, fomos atentados [...]. O
Rafael Fleck vinha dirigindo sua Cherokee branca, acompanhado de uma pessoa que
não conseguimos ver devido ao pó químico do extintor de incêndio no nosso
rosto.” Ora, vejam só, um conselheiro tutelar, eleito da forma como foi eleito,
atacando seus colegas com extintor de incêndio, imagina como tratará das nossas
crianças indefesas, será com correntes, como faziam na PUC? Tem mais (Lê.):
“Também houve ameaças das mais diversas. Houve o estupro das meninas. Lembro.
Posso apontar o Rafael Fleck dizendo a uma colega nossa: ‘Se vocês forem ao banheiro
sozinhas...’” Sua isso, sua aquilo - coisas que não mencionarei aqui. “Houve
ameaças de morte: ‘Eu vou te matar, Tiago, desliga essa câmara, que vou te
arrebentar.’, fato que depois se consumou, quando Rafael Fleck foi lá e
realmente tomou essa atitude.”
Vejam
a figura que foi eleita conselheiro tutelar de Porto Alegre, uma vergonha para
nossa história! Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, servidores desta
Casa, povo de Porto Alegre: esse sujeito chamado Rafael Fleck e outros que se
elegeram conselheiros tutelares na Micro 01 têm histórias escabrosas, todos
estão vinculados à Secretaria da Juventude, sob a batuta de Mauro Zacher. E,
como eu já disse e repito, tem muito mais. Esse Rafael Fleck, conhecido
agressor de estudantes da PUC, circula pelos corredores desta Casa, faz tocaia
aqui no plenário, faz escárnio de todos nós com essa postura e depois vem dizer
que está aqui para representar a Secretaria. Mas representar o quê? Uma
Secretaria que gastou mais de 115 mil reais para fazer um evento num domingo!?
Repito: os contratos que ele tem com a tal da “República de Santa Maria”, que
acabou de cair, são do mesmo tipo que os do Detran, sem licitação, como não há
licitação para os lanches do ProJovem, tema que a minha colega Margarete Moraes
já levou ao Ministério Público.
Assim,
vamos anular essas eleições, para que essa mancha vergonhosa não pese sobre a
história de nossa Cidade. E quem foram as entidades que deram atestado de
trabalho com crianças e adolescentes para esses transgressores? Tem que investigar!
Tem que punir, tem que fazer o que a Polícia Federal está fazendo. Essa é a
primeira parte da minha intervenção sobre a questão do Conselho Tutelar. Se
alguém duvidar, os documentos estão aqui, estão na Internet, eu passo uma cópia
para quem quiser, mas é só puxar pelo Google que aparecem outras questões muito
mais cabeludas.
Eu
vou citar algumas delas. Se quiserem consultar o Mídia Independente, os
senhores e as senhoras vão ler o que eu vou dizer agora (Lê.): “O grupo
político presente na maioria das representações estudantis da PUC-RS (DCE e
D.As vinculados a ele) é ligado ao PDT. Alguns alunos da Famecos, observando os
casos de fraude nas eleições de seus D.As há um bom tempo, apontam o Ver. Mauro
Zacher como ‘mentor’ do grupo político presente na PUC-RS. Os famequianos
alegam que o Vereador se elegeu na última eleição municipal com a verba de 23
Centros Acadêmicos (entre eles o CAAP, o Centro Acadêmico Arlindo Pasqualini),
e que, com a vitória da chapa da situação neste ano, Mauro Zacher terá uma boa
verba a ser utilizada na sua campanha para reeleição a Vereador em 2004” Aqui
está também o endereço completo na Internet, mas é só puxar pelo Google que
vocês, senhoras e senhores, dignos e nobres Vereadores, acharão.
Há
mais. No www.insanus.org,
que também está no Google, está escrito (Lê.): “A novela do DCE da PUC.
Provavelmente não existe em nenhuma universidade brasileira um esquema de
corrupção e bagunça tão antigo quanto o do Diretório Central de Estudantes da
PUC-RS. Eleições fraudadas, presidentes que enriquecem da noite para o dia,
ameaças e agressões físicas contra os estudantes por parte de seguranças
contratados são coisas já tradicionais, quase folclóricas. Acompanhei de perto
cinco destes quase 15 anos de falcatruas. Pelo menos duas lideranças políticas
surgiram dessa batalha já histórica: a Verª Manuela D'Ávila, PCdoB, da oposição
ao DCE; e o Secretário da Juventude de Porto Alegre, Mauro Zacher, PDT, acusado
pelos movimentos de oposição de ser um dos pais da falcatrua toda. A questão é
que, há pelo menos três anos, a oposição ganhou uma força que nunca teve, e a
pressão tem feito com que notícias como essa se tornem cada vez mais freqüentes
nas páginas dos jornais. A reitoria já não tem mais como abafar as histórias
quase semanais de confronto no campus.
Só em 2006, já foram três vezes. Se dessa vez o esquema não cair, não cai nunca
mais”.
Senhoras
e senhores, eu disse que nós estávamos apenas nos canapés, estamos adentrando o
prato principal. Eu sei que ele é indigesto, eu sei que ele choca. E aos meus
colegas do PDT o meu respeito, porque esse sujeito não deveria fazer parte da
bela história de João Goulart, de Leonel Brizola, das Sras. Vereadoras e dos
Srs. Vereadores que honram os mandatos desta Casa. Eu tenho certeza de que com
a história, com a trajetória do Prefeito Fogaça, a quem eu vou ligar hoje para
passar esses documentos, eu espero que algo seja feito, porque ainda acredito
em mulheres e homens de bem. Tenho dito.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde
a todos. Verª Margarete Moraes, que dirige a Sessão, relembrando os tempos em
que também dirigia a Casa; colegas Vereadoras e Vereadores, demais pessoas que
nos acompanham: na Sessão de ontem, na discussão preliminar de Pauta,
discutindo o Projeto do Executivo, eu já tinha me manifestado sobre essa última
eleição do Conselho Tutelar. Além desse fato gravíssimo que o Ver. Adeli traz
sobre um determinado candidato a princípio eleito, quero dizer que temos mais
21 candidatos suspeitos, dos 50, portanto temos 22 eleitos, quase a metade, sob
investigação do Ministério Público. Ora, uma eleição em que quase a metade dos
eleitos está sob suspeita é uma eleição sob suspeita. Então, essa eleição, do
meu ponto de vista, deve ser anulada.
Mas
quero também aproveitar este espaço de Grande Expediente cedido pelo Ver.
Carlos Todeschini para comentar não o fato sobre o Detran - porque isso a
imprensa já abordou bastante - mas a forma com que a imprensa gaúcha tratou o
assunto, quando comparado com outras situações parecidas, semelhantes. Os
envolvidos, os presos pela Polícia Federal, alguns já soltos, mas sob
investigação, são pessoas de destaque nos seus respectivos Partidos. Um deles,
o Sr. Lair Fest, foi coordenador, ou um dos coordenadores da campanha da
Governadora Yeda Crusius. Se isso fosse com relação ao Governo do Olívio Dutra,
que passou recentemente na Administração do Estado, não tenho dúvida de que o
jornal Zero Hora teria colocado na capa: “Coordenador da campanha de Olívio é
preso pela Polícia Federal”. Mas não fala isso com relação à Governadora Yeda,
não fala isso, e ela, com certeza, devia saber de tudo; aliás, o ex-Secretário
Bacci disse que avisou a Governadora sobre os problemas.
Ora,
o Presidente Lula tem uma agenda muito maior do que a da Governadora,
muitíssimo maior do que a do Secretário de Segurança do Germano, três deles
amicíssimos, trabalham junto com o ex-Secretário José Otávio Germano, então
como é que não sabe? Já tivemos um problema envolvendo o ex-assessor do Onyx
Lorenzoni, que está envolvido na história do selo da Assembléia, e o Onyx
também disse que não sabia. Ora, se a imprensa dizia que o Presidente sabia das
questões do José Dirceu - e o Presidente tem uma agenda muito maior,
contemplando o Brasil inteiro e às vezes o Exterior -, como é que os senhores
não vão saber? Eu quero que os jornais, principalmente a RBS e o jornal Zero
Hora, dêem o mesmo tratamento que nos deram. Estou querendo apenas isso, porque
é gravíssimo. E, na história dos selos, teve uma assessora, se eu não me engano
o nome dela é Santa Izabel Paludo, nomeada pela Governadora. E agora a
Governadora também não sabe de nada. Quero o mesmo tratamento. É preciso ter o
mesmo tratamento. Se o Presidente sabia, a Governadora também sabia. Ou não é
assim? Estava muito mais perto dela, alguém que foi coordenador da sua
campanha. Eu quero crer que a Governadora não sabia, mas é preciso que saia na
capa o mesmo tipo de manchete.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme, V. Exª é um
Vereador muito inteligente...
O
Sr. Luiz Braz: É
bastante inteligente, tenho acompanhado o trabalho de V. Exª há muito tempo
aqui. Mas eu não vi a manifestação de V. Exª dessa forma quando o Presidente da
República, que é do seu Partido, disse que também não sabia de nada, quando as
coisas estavam acontecendo ao lado do seu Gabinete. Então eu gostaria que V.
Exª usasse o mesmo diapasão nas críticas.
Quero
abordar também uma matéria do jornal Zero Hora de hoje, página 40, está também
na Folha de São Paulo (Lê.): “Sobram vagas, e falta mão-de-obra no País”. Já
sabemos que a economia do País, por vários dados - percentuais de crescimento,
geração de empregos e assim por diante -, nunca esteve tão forte e crescendo
como está hoje. Mas agora, exatamente, depois de um período longo de uma economia
lenta, precisamos trabalhar mais fortemente a questão da mão-de-obra, do
treinamento da mão-de-obra. É preciso dizer também que, nos oito anos do
período do Presidente Fernando Henrique Cardoso, houve uma decisão do Governo
Federal de não construir mais nenhuma escola técnica no Brasil. Isso aconteceu.
Felizmente, Lula ao chegar ao Governo, já no primeiro mandato, fez surgir 60
escolas federais novas no Brasil: 42 construídas e 18 federalizadas. Agora,
como sabemos, neste segundo mandato, mais 150 serão construídas, sendo dez no
Rio Grande do Sul, uma delas em Porto Alegre, na Restinga. Infelizmente, como a
Prefeitura não tomou as medidas necessárias, ela só vai começar a ser
construída em 2009; outras, pelo Interior afora, vão começar a ser construídas
em 2008. Serão 150 novas escolas! Mas é preciso que nos apressemos, porque a
empresa, a indústria, o comércio estão gerando vagas; há vagas abertas, agora
nós estamos numa situação em que não há mão-de-obra qualificada. É preciso
trabalhar muito com isso para que o processo do crescimento da economia não
seja estancado.
Agora
nós temos uma economia estabilizada, forte - nem o estremecimento que já
tivemos chegou a abater o Brasil. O crescimento do preço do petróleo também
está sendo seguro, porque nós estamos com autonomia na produção do petróleo no
Brasil. Então, é preciso que haja um trabalho muito forte de treinamento de
mão-de-obra, que haja um reforço nisso. E temos que cuidar mais, olhar bastante
o que está acontecendo com o Programa ProJovem, da Secretaria da
Juventude da nossa Porto Alegre.
Há
sobre ele suspeitas; precisamos chegar até o fim nessa avaliação, porque é
preciso treinar o nosso trabalhador para que o processo de crescimento não seja
agora estancado. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos
às
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Margarete Moraes, presidindo os trabalhos nesta tarde; neste período de
Comunicações eu queria enfrentar algumas questões da nossa Cidade. Parece-me
que um Vereador, quando está na oposição, tem que ser, antes de mais nada, um
crítico, da mesma forma como todo Vereador da situação ou da oposição deveria
ser fiscal da coisa pública. Mas um Vereador da oposição também deve ser
propositivo, e vou tentar ser.
Estamos vivendo um momento difícil na coleta de
lixo de Porto Alegre. Ao longo dos anos, o processo de coleta seletiva do lixo
foi-se degradando, e hoje o processo de coleta é feito na disputa de carrinheiros,
carroceiros e do caminhãozinho - eu uso o diminutivo, porque é assim, é um
caminhãozinho - do DMLU, que sempre chega depois daqueles que fizeram a cata e,
muitas vezes, a reciclagem em espaços públicos. Precisamos urgentemente
expandir os galpões de reciclagem. Os galpões de reciclagem hoje recebem um
lixo de segunda categoria, porque o melhor lixo é muitas vezes vendido pelo
condomínio, é vendido pelo gerente ou responsável da empresa para os
atravessadores, e os 14 galpões de reciclagem, sob a responsabilidade do DMLU,
recebem a sobra, um lixo de quinta categoria. Isso tem que mudar urgentemente.
Também temos que tratar da questão da coleta do
óleo de cozinha. Hoje o DMLU tem 32 postos de coleta. É preciso dobrar esse
número urgentemente, fazer uma ampla campanha de conscientização sobre o
destino final dos resíduos sólidos, sobre a devida coleta seletiva e sua
separação. Deveria haver... (Pausa.) Se as Lideranças do Governo ouvissem,
comunicariam ao Prefeito.
A SRA PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor,
Vereadores e Vereadoras, há um orador na tribuna, vamos ouvi-lo.
O SR. ADELI SELL: Eu estava dizendo que é
importante, porque, segunda-feira, novas três empresas começam a coleta do lixo
domiciliar, do lixo especial, etc. e tal. A empresa que está operando até o final de semana já
demitiu praticamente todos os seus funcionários ou já fez um acerto de contas,
e há um abandono do lixo na Cidade, algo reconhecido hoje em um debate pelo
Diretor Mário Moncks.
Nós
vamos continuar cobrando da municipalidade, porque é um dever da municipalidade
recolher efetiva e diariamente o lixo. Mas nós vamos colaborar, começando com
um processo de educação aqui na Câmara de Vereadores, onde isso, muitas vezes,
não é feito, e nós fizemos a Lei da Reciclagem. Nós devemos discutir para onde
vai o óleo de cozinha dos dois restaurantes internos da Casa. O DMLU tem postos
de arrecadação pertinho daqui, ao lado da Usina do Gasômetro, na sua capatazia.
Um
processo educativo tem que ser feito na Cidade inteira, uma luta incessante
contra o vandalismo, porque uma licitação recentemente feita - foi-me garantido
pelo DMLU - dá conta de que teremos oito mil novas lixeiras em Porto Alegre.
Mas não é para chutar as lixeiras, não é para botar fogo nas lixeiras, não é
para arrancá-las da rua: é para preservá-las e colocar o lixo na lixeira.
Colegas Vereadores, nós precisamos de uma grande frente na Cidade! O Poder
Público, a Câmara de Vereadores e seus legisladores são fiscais da coisa
pública. Temos que ter a sociedade civil organizada trabalhando para que
tenhamos uma Cidade efetivamente limpa, efetivamente cuidada, sem a banalização
da destruição das lixeiras e da coisa pública. É um apelo que eu faço, e, a
partir de segunda-feira, nós teremos um olhar cada vez mais crítico, porque uma
nova modalidade de recolhimento está sendo implementada, e nós fiscalizaremos
como é o nosso dever e competência. Muito obrigado, Verª Margarete Moraes.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Alceu Brasinha.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
Ver. Nilo Santos me falou que havia cedido o seu tempo para o Ver. Mario Fraga,
por isso o chamei. O Ver. Claudio Sebenelo está questionando, está dizendo que
era para ele.
O
SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes, realmente pode ter ocorrido esse lapso com o
Ver. Claudio Sebenelo. O Ver. Nilo me ofereceu o tempo do Ver. Brasinha, que
está reunido com a Mesa e Lideranças. Se o Ver. Claudio Sebenelo quiser fazer
uso do aparte, eu, com muito prazer, cederei ao Vereador. Com certeza,
infelizmente, houve alguma coisa na Bancada do PTB.
Venho
aproveitar este momento no período de Comunicações - agradecendo ao PTB, que me
cedeu este tempo - para falar a respeito da nossa Cidade e sobre algumas
palavras que o Ver. Adeli Sell, que eu prezo muito, Líder do PT, disse aqui na
tribuna. Para quem nos acompanha pela TVCâmara, vou dizer que faço parte da
Porto Alegre que existe. A Câmara está dividida, não numericamente, em duas
partes: uma, da Porto Alegre que existe; e a outra, da Porto Alegre que não
existe. A minha é a que existe; ainda existe lá no Extremo Sul, em Belém Novo,
onde eu moro, na Rua Florêncio Farias, nº 1016. Lá a coleta do lixo, Ver.
Adeli, está completamente normal, ou seja, nós temos recolhimento de lixo três
vezes por semana - todos nós sabemos disso -, e, uma vez por semana, há coleta
seletiva. Então, já falei aqui para a TVCâmara que faço parte da Cidade que
existe, e não estou discutindo politicamente ainda, pois falta um ano para as
eleições, eu não estou em período de eleições, até porque, aqui no microfone da
Câmara, é proibido fazer política.
O
Ver. Adeli também falou que o assessor parlamentar da Secretaria da Juventude
continua aqui na Casa, e ontem, Ver. Ervino, havia aqui na Casa trezentos
funcionários públicos municipais em horário de expediente. Como eu havia falado
da outra vez, houve motivo suficiente para os funcionários estarem aqui,
legitimados pelo fato de que estava acontecendo uma Audiência do PREVIMPA. Eram
trezentos funcionários em horário de expediente, sim. Agora, quando o Rafael
Fleck vem aqui, o Ver. Adeli questiona se ele não teria que estar trabalhando;
ele é assessor parlamentar. No Conselho Tutelar, no ECA e no Conselho dirigido
pelo Elvino Bon Gass, que é, logicamente, do Partido dos Trabalhadores, não há
nada contra o conselheiro Rafael Fleck. E o Ver. Adeli insiste em dizer que ele
fez 2.600. Infelizmente, não foi; foram 2.151 votos. E, sobre todos os dizeres
do Ver. Adeli, talvez ele tenha que provar em juízo.
Quanto
ao Secretário Mauro Zacher, muitos colegas meus aqui na Câmara têm falado:
“Vereador, o senhor continua defendendo?” Fiz um apelo ao Secretário Mauro
Zacker - infelizmente contra o meu colega e um dos mais parceiros que eu tenho
aqui, que é o Ver. Márcio Bins Ely, porque, infelizmente, ele terá que sair se
o Ver. Mauro Zacker voltar, porque ele é o titular. Mas fiz um apelo ao Ver.
Mauro Zacher para que se licencie lá e assuma na Câmara, para que possa se
defender aqui e na Justiça.
Quanto
ao DMLU, eu já falei: lá em Belém, Dr. Raul... (Manifestação fora do microfone.
Inaudível.) Realmente, não conheço, não ando muito. Para vir até à Câmara, já
são 24 quilômetros; se eu fosse à Vila Farrapos, seriam quase 40 quilômetros.
Então, eu não conheço, mas lá em Belém o DMLU trabalha normalmente. Agora, o
Ver. Adeli diz que segunda vai começar um novo processo, uma nova empresa, e
ele já está pronto para criticar na segunda-feira. Ver. Adeli, V. Exª raciocina
bem, conheço V. Exª muito bem. Acho que, pelo menos, devemos dar um prazo para
essa nova empresa que está chegando.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador). Eu lhe perdôo, porque V. Exª é um
homem generoso. Tinha muito barulho. Eu fiz um elogio ao Diretor Mário Moncks:
eu disse que tinha um problema, que a empresa, inclusive, deixou mal a
Prefeitura. E disse como deveriam se comportar um Vereador de situação e um de
oposição. E faço isso para ajudar o Departamento Municipal de Limpeza Urbana,
não para detonar a Cidade. Tenho um amor imenso por esta Cidade. Acontece que
há problemas, e nós vamos cuidar de resolvê-los. Obrigado.
O
SR. MARIO FRAGA: Obrigado,
Vereador. Não tenho dúvidas do seu amor pela Cidade. Só falei que a nova
empresa começa a trabalhar na segunda, então vamos dar um tempo a ela.
Quero
falar alguma coisa nossa, de Porto Alegre, em especial de Belém Novo: no
próximo sábado estará acontecendo o 28º Baile do Ridículo, que é uma tradição
na nossa comunidade. O nosso baile é uma tradição, o Ver. Ervino já esteve lá,
também a Verª Neuza e o Dr. Goulart, e, neste sábado, o Ver. Bernardino diz que
irá. E os Virgens, atração da gurizada, estarão lá. Então, convidamos a todos
para, no próximo sábado, a partir da meia-noite, estarem em Belém Novo. Temos
levado para lá o Caco Pacheco e a sua produção toda. São mais de dez mil
pessoas todos os anos em Belém Novo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):
Agradeço ao Ver. Mario Fraga.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público do Canal 16,
demais presentes, queria fazer dois apelos neste período de Comunicações,
porque estão acontecendo algumas coisas na nossa Cidade, e nós, ao lermos as
notícias dos nossos jornais, ficamos às vezes impressionados de ver como isso
pode acontecer.
O
primeiro assunto é o grande tumulto, o incidente que ocorreu domingo passado no
Brique da Redenção. O Brique da Redenção é um dos postais da nossa Cidade, ali
estão mais de quinhentas famílias que sobrevivem da arte e da cultura, naquele
espaço público da Av. José Bonifácio. Pois foi ali, queiram ou não, que um
determinado segmento da sociedade resolveu ocupar parte da rua, sem nenhuma
autorização do Poder Público. Refiro-me aos índios que ocuparam um espaço
público no Brique da Redenção não-autorizado pelo Governo, e o Governo não está
fiscalizando. O tumulto que aconteceu domingo passado, quando quase terminaram
com a vida de um policial, foi exatamente porque o policial, ao pedir licença,
acabou tocando num dos cestos dos índios que ali estava, e ele foi massacrado
pelos índios e pelas índias. E o Poder Público não estava presente.
Nós
conclamamos aqui o Governo Municipal, através da SMIC, para que faça essa
investigação urgente, agora, domingo, mas que permita a ocupação àqueles que
foram legalizados, inclusive com Projetos aprovados nesta Casa. Se nós
aprovarmos um espaço público que venha a sustentar determinadas famílias, sejam
eles brancos ou negros, sejam eles indígenas ou não, todos têm que cumprir a
lei, porque a lei é sem discriminação, portanto ninguém poderá aqui sofrer
represálias de algum segmento, exatamente porque se acham donos da verdade.
Estou solidário, sim, aos artesãos e indignado com a falta de segurança do
Governo, porque os cidadãos e cidadãs ali do Brique que sobrevivem dessa arte e
da cultura não merecem tamanha ousadia de quererem acabar com o postal da
Cidade, que é o Brique da Redenção, que acontece aos sábados e aos domingos,
sendo que esse tumulto aconteceu no domingo.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Oliboni, eu sei
que V. Exª é um grande defensor do Brique, assim como todos nós aqui da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Nós temos defendido muito os índios, que eram os
donos deste patrimônio, do planeta Terra, no qual vivemos hoje. Só que os
índios também têm que ter um pouco de consciência, têm que ter respeito às leis,
e nós sabemos, Vereador - eu tenho conhecimento, porque tenho muitas pessoas
conhecidas no Brique -, que os índios foram muito agressivos. Então, alguém tem
de entrar no meio dos índios e alertá-los, porque nós fizemos a nossa parte,
mas eles, no mínimo, têm de respeitar as leis, dentro de uma democracia
respeitosa. Sou grato a Vossa Excelência.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço muito o aparte. Nós
recebemos uma denúncia a respeito e até entendemos o comportamento dos índios.
Mas denunciaram que o Cacique, lá da Lomba do Pinheiro, está mandando as índias
de ônibus para arrecadarem dinheiro por meio da prostituição. Isso é duro de se
aceitar, e estamos dispostos a ajudar de qualquer maneira, pois acho que
precisam de ajuda. Foi-me solicitado esse registro. Pode contar, inclusive, com
este servidor, porque a sua batalha é a mesma que a minha. Muito obrigado.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Obrigado,
Ver. Sebenelo. Queremos reforçar no sentido de que o Governo Municipal, através
da SMIC e através da EPTC, esteja presente domingo no Brique, para que não
aconteça essa ocupação e essa agressividade com relação aos artesãos e artesãs.
Por
outro lado, quero também aqui fazer um outro apelo que diz respeito ao Projeto
de Lei que tem que vir para esta Casa no prazo de quatro meses. Foi feito um
trato com o Ministério Público, juntamente com a Secretaria Municipal da Saúde,
que previa que, em quatro meses, o Governo Municipal encaminharia para esta
Casa um Projeto de Lei criando 372 vagas para os Agentes Comunitários, e até o
momento ainda não chegou esse Projeto de Lei criando as vagas. Os trabalhadores
estão apreensivos e nós também, porque o Projeto não chegou aqui, e o Governo
não se manifestou ainda. Portanto, solicito à Líder do Governo, Clênia
Maranhão, que faça a intercessão junto ao Governo Municipal, porque estamos
apreensivos, senão faremos uma Audiência Pública e mais uma nova mobilização.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(O
Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
na verdade fiquei bastante preocupada com a resposta do Ver. Mario Fraga em
relação ao lixo da Cidade. Vereador, eu lamento dizer que, de fato, a
Cidade está um lixo. Por quê? Por falta de gestão, por falta de política de
gestão. Se alguém duvida disso, convido-os a fazer algumas visitas na cidade de
Porto Alegre.
Ontem à noite, por exemplo, estive, Ver. João Dib,
na entrada da Cidade, na altura da Vila Pampa, da Vila Tio Zeca. Foi algo
estarrecedor, nunca tinha visto nada igual! O problema não está apenas na
questão do recolhimento, mas na falta de tática, de projeto, de gestão - temos
que nos dar conta disso. A crítica feita aqui, Verª Clênia Maranhão, não é
destrutiva, mas para construirmos uma alternativa, porque não é mais um
problema apenas da Prefeitura de Porto Alegre; esta Casa terá que ter uma
incidência maior sobre esse problema. Hoje essa questão também envolve a Saúde
Pública, e duvido que algum Vereador aqui discorde de que estamos com esse
problema. Então, senhoras e senhores, quero fazer um encaminhamento à Mesa,
solicitando uma diligência nesta Cidade no sentido de examinarmos o problema
que está acontecendo. Esse problema deixa de ser do Governo e passa a também
ser desta Casa; vamos ter que tomar uma atitude.
Só para terem uma idéia, há um mês fomos informados
de que a coleta seletiva se daria, na Lomba do Pinheiro, às terças-feiras. Como
a Prefeitura não fez nenhum trabalho de panfletagem para que aquela comunidade
soubesse disso - apesar de todo o gasto que tem com publicidade -, foram as
associações de moradores, junto com o Conselho Popular, através da informação
que tiveram da Direção do DMLU, que panfletearam, dando essa informação. Para
nossa surpresa, de uma semana para cá, a coleta seletiva está sendo feita aos
sábados, e isso sem informação nenhuma à comunidade; está à revelia, segundo a
vontade de cada gestor do DMLU.
Primeiro, que isso não é educativo. Segundo, quando
colocamos o lixo reciclado na rua e o mesmo não é recolhido, volta-se à antiga
politicagem feita, inclusive com trabalho escravo, em relação à questão do lixo
seletivo, quando havia os senhores e os vassalos, que carregavam a preço de
ninharia. Isso não ajuda a organizar a sociedade, não ajuda a reciclagem, não
politiza, é por isso que a Cidade, infelizmente, está um lixo. Hoje estou
falando apenas do lixo, do lixo que traz problemas para a Saúde Pública; do
lixo não-organizado; do lixo que não politiza absolutamente nada. Então,
senhoras e senhores, enquanto Líder da Bancada do PCdoB, encaminho à Mesa a
solicitação de uma diligência desta Casa aos focos principais, e já estamos
fazendo os mapeamentos - para conhecimento de todas as Bancadas -, para não
termos que ver os sorrisinhos irônicos e irresponsáveis, enquanto a Cidade está
no caos. Eu poderia dizer que, no ano que vem, quando terminar a eleição, Ver.
Mario Fraga, nós veremos o resultado. Lamento, porque essa situação já há um
ano e pouco é muito grave para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada pela
atenção e espero o pronto acolhimento da proposta aqui encaminhada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Sem dúvida,
nobre Vereadora, nós acolhemos a proposição e levaremos à Mesa Diretora para
que a Presidência tenha conhecimento do assunto.
Queremos apregoar o Memorando nº 431, do Gabinete
da Presidência, por representação: “Informamos que a Verª Margarete Moraes
estará representando esta Câmara Municipal na 4ª Edição do Troféu Cultura
Econômica Jornal do Comércio e Caixa/RS, a realizar-se no dia 09 de novembro de
2007, às 19 horas, no Memorial do Rio Grande do Sul, Rua 7 de Setembro nº 1020,
1º andar, Praça da Alfândega, nesta Capital”.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Ver. Oliboni,
presidindo a Sessão; o meu agradecimento ao Ver. Vendruscolo, que teve a
gentileza de me ceder este espaço, ele pediu que eu dissesse que o ITBI já é
lei, pode o imposto ser parcelado em 12 vezes e a população usufruir desse
benefício.
Eu queria fazer um chamamento e um pedido
especialíssimo à nossa caríssima Verª Maristela Maffei, que é Líder do PCdoB. O PCdoB tem uma
representante do seu Partido na Superintendência do Grupo Hospitalar Conceição,
uma extraordinária mulher, uma dama da mais alta responsabilidade e
estirpe, e, junto com ela, o Partido dos Trabalhadores tem o Dr. Barrichello,
Diretor Administrativo-Financeiro. Para a nossa estranheza - e eles têm tido
grandes vitórias e um grande trabalho feito -, fomos noticiados da
não-efetivação dos cargos gerenciais, dos cargos de chefias e dos CCs, cargos
eleitos pela comunidade, e muitos têm ação judicial contra o Grupo Hospitalar
Conceição na área trabalhista. No entanto, a Declaração Universal de Direitos
Humanos diz que toda pessoa tem direito a receber, dos tribunais nacionais
competentes, remédio efetivo aos atos que violem direitos fundamentais, que
lhes são conferidos pela Constituição ou pelas leis. A Constituição Brasileira
assegura que todos são iguais perante a lei, que todos têm direito, sem
qualquer distinção, à igual proteção da lei. Todos têm direito à igual proteção
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Então,
por que o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil, e ambos
têm na sua história a defesa intransigente dos direitos trabalhistas,
discriminatoriamente vedam a chegada - inclusive por eleição dos funcionários,
por eleição do corpo clínico, por eleição de diversas categorias - de chefias
que têm como acusação maior processos na justiça trabalhista contra o Grupo
Hospitalar Conceição? Ora, a Declaração dos Direitos Humanos defende todo o
acesso à Justiça; a Constituição Brasileira defende todo o acesso à Justiça,
defende que, diante de qualquer discriminação contra as pessoas que tem... Por
que no Grupo Hospitalar Conceição há essa alegação de que, se não tirar da
Justiça do Trabalho o protesto, a lide jurídica, a disputa judicial, o
indivíduo não terá direito a ocupar cargo de mando, especialmente cargos em que
as pessoas foram eleitas de baixo para cima? Se há essa maravilha de atitude
democrática de muitos cargos dentro do Grupo Hospitalar serem submetidos à
eleição? E eu dou um exemplo: no bloco cirúrgico, no grupo de anestesistas,
cada um escolheu a sua direção por eleição dos grupos. E agora existe essa
comunicação de que as pessoas não podem assumir porque têm...
A
Srª Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, caro Ver.
Claudio Sebenelo, eu já liguei para o Grupo Hospitalar Conceição, em seguida
vão enviar para cá uma justificativa em relação ao tema, até para ver a
veracidade. Isso será repassado a V. Exª e também à Presidência da Casa. Muito
obrigada.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: A
veracidade existe, senão eu não viria à tribuna. Eu posso lhe passar às mãos
agora o papel timbrado da Associação dos Médicos do Grupo Hospitalar Conceição.
Muito obrigado.
(Entrega
o documento à Verª Maristela Maffei.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por transposição de
tempo com o Ver. Ervino Besson.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando nós estudamos
uma nova língua, os primeiros verbos que se aprendem são os verbos ter e ser.
Mas na vida do homem público o ter e o ser adquirem outras dimensões.
O
mais importante para a criatura humana, especialmente para o homem público, é
ser, não é ter; essa preocupação com o ter desgraça o mundo! O importante é ser, é ser
responsável, é ser atento, é ser sério, é ser atencioso, é ser sensível; é
sempre estar pronto para servir, não para ser servido; é sempre estar pronto
para ajudar na realização do bem comum, e não do seu próprio bem; é sempre
estar preocupado com a sua coletividade, e não com sua própria pessoa.
Mas lamentavelmente estamos vivendo num País em que a preocupação com o ter é muito grande, começando no nosso Congresso Nacional, onde isso acontece de forma incrível! O nosso Senado, que deveria ser a elite dos brasileiros, deixa-nos às vezes sem fala, vejam o que está acontecendo lá: sai um Senador para não ser cassado, e entra no lugar dele um que tem a ficha pior do que aquele que saiu; os que estão lá, um acusa o outro, um fala mal do outro. Onde está aquela preocupação do ser político para servir? Eu acho que estamos vivendo um momento muito ruim neste País, precisamos ter um pouco mais de preocupação com aqueles que nós representamos, e não com nós mesmos. Nós precisamos ajudar, e não ser ajudados; nós precisamos buscar soluções, e não criar problemas. E me parece que não é essa a preocupação do homem público na sua maioria, parece que a preocupação é ter: “Eu quero mais, mais e mais.” E aí estão os “sarneys”, os “renans calheiros”, tantos “barbalhos” e outros mais que há lá no Congresso Nacional; eles querem mais, mais e mais. Não basta ter a honra de ser Presidente do Senado, de ser Senador da República, não basta a honra de ser Vereador da Cidade que a população respeita e acata. “Eu preciso ter mais, mais, mais e mais”.
Tenho todas as dúvidas do mundo, Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, quanto à preocupação com o ter. Eu quero sempre
ser; sempre ensinei os meus filhos que importante é ser, e não ter. Não quero
dizer que quem tem deva ser excluído, não, mas o importante é ser; pode ter e
ser, e ter e não ser. O importante, repito, é ser reconhecido pelo que faz de
bom, pelo que faz de certo, pelo que tem de respeito com aqueles que estão no
seu entorno. Portanto, Sr. Presidente, talvez hoje eu esteja um pouco magoado,
é por isso que estou dizendo que o importante mesmo é ser; e eu quero ser.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, TVCâmara,
quero saudar a todos.
Quero aqui fazer dois convites. Dizem que a
publicidade é a alma do negócio, não é meu caro Ver. Comassetto? O primeiro
convite, e o colega Ver. Mario Fraga já o fez aqui, mas quero reforçar o
convite, é para a Festa do Ridículo. É uma festa de iniciativa deste Vereador
com o apoio de todos os Vereadores desta Casa, ela faz parte do Calendário de
Eventos Oficiais da Cidade de Porto Alegre. É uma bela festa, bem-organizada,
sem problemas. O Caco Pacheco, que presta relevante trabalho em Belém Novo, é
de uma família tradicional. É uma festa programada ao longo do ano, nunca deu
problema e não será desta vez que irá dar. Estão todos convidados para o
próximo sábado, vamos prestigiar a festa do Caco Pacheco em Belém Novo. Estejam
todos lá, minha gente! Vai ser uma bela festa!
O segundo convite, e, como já disse, a propaganda
sempre é o sucesso e é a alma do negócio... Haverá outros convites que serão
feitos aqui e pela própria imprensa. (Mostra à TVCâmara o convite da festa.)
Peço à TVCâmara que foque aqui, vamos mostrar a nossa população de Porto
Alegre. Meu caro Ver. Comassetto e outros Vereadores daquela região, eu acho
que toda a Câmara se envolve neste grande evento da 23ª Festa do Pêssego de
Porto Alegre e 16ª Festa Estadual do Pêssego. Está aqui o cartaz e o convite.
Essa festa terá o seu início no dia 14 de novembro e vai até o dia 25 de
novembro. Portanto, vamos visitar Vila Nova, vamos lá comprar os produtos da
Vila Nova. É um incentivo aos nossos produtores, e esta Câmara Municipal tem
dado a sua parcela de colaboração nos eventos, tem apoiado também os nossos
produtores. Nós temos aqui na Câmara Municipal um produtor de melão de
excelente qualidade, o Ver. Carlos Comassetto. Espero, Ver. Comassetto, que V.
Exª vá à festa e leve os produtos de excelente qualidade que tem produzido até
o momento.
A festa acontece graças à luta desses produtores,
heróicos produtores, que ainda conseguem conservar essa riqueza que é o
Cinturão Verde de nossa Cidade, é altamente produtivo, meu caro Presidente
Oliboni. Além de eles produzirem frutas de qualidade, conservam o nosso meio
ambiente. Isso é importante. Então vamos lá, pessoal, na festa! Vamos comprar
os produtos. Neste País, temos duas capitais com Cinturão Verde: Porto Alegre e
Palmas, no Tocantins.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, quero cumprimentá-lo por sua
fala a respeito da comunidade da Zona Sul, do nosso Bairro. São marcas
registradas de Porto Alegre: a Festa do Pêssego e também a Festa da Uva e da
Ameixa lá em Belém Velho. Nós precisamos acelerar o Projeto que está aqui do
Executivo e o Projeto de sua autoria e do Ver. Newton para corrigir a questão
dos impostos rurais, uma dívida que esta Casa tem. Portanto, precisamos
acelerar esse processo. Obrigado.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver.
Comassetto, tenho certeza de que teremos o apoio unânime desta Casa, porque
estamos voltados para essa riqueza que temos na Zona Sul.
O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) A informação é de que o nosso Projeto,
inspirado muito nas coisas que eu aprendi com o Ver. Comassetto, está pronto
para entrar na Ordem do Dia. Então, eu faço um apelo aos colegas Vereadores
para que na semana que vem, na Reunião de segunda-feira, o nosso Projeto seja
aprovado para votação na próxima semana, conto com o apoio do Ver. Comassetto
para isso. Muito obrigado.
O SR. ERVINO
BESSON: Obrigado, Ver. Newton Braga. Acho que é uma responsabilidade nossa, de
todos os 36 Vereadores e Vereadoras, apoiarmos esse Projeto, para que
consigamos, sim, dar uma sustentação aos nossos produtores, para que eles
possam produzir mais e permanecer na sua área produtiva. E vamos destacar
também o grande apoio da SMIC, da própria Emater e da Prefeitura Municipal,
nosso querido Prefeito José Fogaça, com as suas doações de mudas, é um incentivo
também que os nossos produtores tiveram. E, sem dúvida, tenho certeza de que
também vamos ter o apoio da totalidade dos 36 Vereadores e Vereadoras para
aprovarmos esse Projeto, que será mais um apoio aos nossos ilustres, queridos,
lutadores, nossos produtores da Zona Sul de Porto Alegre.
Muito obrigado, meu caro Presidente, Ver. Aldacir
Oliboni, a quem peço desculpas por ter passado um pouco do tempo, mas V. Exª
estava prestando tanta atenção, que tenho certeza de que V. Exª não se opôs a
isso. Sou grato a Vossa Excelência. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerramos o
período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 7901/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 079/07, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede o Prêmio de Ciência e
Tecnologia Mário Schenberg ao Físico Mario Norberto Baibich.
PROC. Nº 8036/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 256/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Canário-da-Terra o
logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 4022 – Vila Orfanotrófio I -,
localizado no bairro Santa Tereza. (Este projeto com
parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 8040/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 260/07, de autoria da
Verª Maria Luiza, que denomina Rua Garça-Moura o logradouro público cadastrado,
conhecido como Rua 1045 – Loteamento Voluntários da Pátria –, localizado no
bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 6560/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera a ementa, o art. 1º
e o art. 2º da Lei nº 6.949, de 4 de dezembro de 1991, que determina a execução
do Hino Nacional Brasileiro, antes do início das aulas, na rede de ensino
público municipal de Porto Alegre, incluindo a obrigação da execução do Hino
Rio-Grandense nas escolas públicas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre
e dando outras providências.
PROC. Nº 6684/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 078/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria, na Câmara Municipal de
Porto Alegre – CMPA –, a Frente Parlamentar Pró-Ponte do Guaíba, determina seus
objetivos e dá outras providências.
PROC. Nº 7119/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Paulo Rogério
Amoretty Souza o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7042 –
Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com
parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 7852/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 244/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Nestor Ramos de
Oliveira o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua F – Vila São Judas
Tadeu –, localizado no bairro Partenon. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 8326/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/07, que declara de utilidade pública a Associação Beneficente Nossa Senhora
da Assunção – ABENSA.
PROC.
Nº 8327/07 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/07, que declara de
utilidade pública a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural – ASCAR.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa) Ausente. O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadores e Vereadoras, neste
período de discussão preliminar de Pauta, quero abordar o PR nº 078/07, do Ver.
José Ismael - que chega agora ao plenário, já o convido para um aparte -, que cria na Câmara Municipal de Porto
Alegre a Frente Parlamentar Pró-Ponte do Guaíba, determina seus objetivos e dá
outras providências. Quero comentar, porque também assinei a indicação, a
pedido do Ver. Ismael, porque de fato a gente tem acompanhado noticiários na
imprensa e vem concordar que aquilo que foi uma grande obra de engenharia, uma
grande idéia há muitos anos - está fazendo em torno de 50 anos -, a nossa ponte
do Guaíba, que tem a sua parte central móvel, eleva-se quando passa um barco de
maior porte, hoje já não pode mais ser a única opção de ligação entre a Capital
e uma grande parte do nosso Estado. Nós vemos que, quando a ponte precisa ser
levantada, e gasta-se em torno de 45 minutos, se eu não estou enganado, desde o
período de içamento até o período de baixar a parte central, o que fica de
veículos parados ao longo desse período é uma enormidade. O que significa,
evidentemente, perdas para a economia do próprio Estado, da Capital e do
próprio Estado, além do incômodo a milhares de condutores de veículos. Portanto
é hora realmente - por isso apoiei a iniciativa do Ver. Ismael - de, junto com
outros setores, nos mobilizarmos para que seja construída uma segunda ponte.
Sabemos que o percurso é longo, é preciso projeto, é preciso depois buscar
recursos. Uma grande caminhada se dá ao primeiro passo, é preciso começar.
O
Sr. José Ismael Heinen:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer a
oportunidade que o nobre colega me concede, só para colaborar. É uma estratégia
do Estado do Rio Grande do Sul a construção da segunda ponte, como bem V. Exª
discorreu, uma prevenção. Digamos que aconteça uma coisa que deixe a ponte
interditada de um momento para outro. Pode acontecer um acidente, um navio,
seja lá o que for, e ficará o Estado de Sul a Norte sem ligação terrestre com
sua produção. Há previsão de dobrar a produção da Refinaria Alberto Pasqualini,
de Triunfo, necessariamente terá que passar quase que todo esse escoamento por
essa única ponte que nós temos. Ela é içada trinta minutos, seis vezes ao dia,
isso faz com que doze mil veículos/dia tenham de parar, deixem de transitar,
isso num ano quanto dá? Houve uma estimativa de um prejuízo de 120 milhões/ano pela
parada dos veículos na sua trafegabilidade normal. Quer dizer, temos diversos
motivos para nos juntar a outros Municípios, tanto da Zona Sul como da Zona
Norte, da Grande Porto Alegre, nesse movimento, nessa luta para trazer esse
investimento, já que o País tem o investimento do PAC à disposição. Eu agradeço
essa oportunidade, muito obrigado pela colaboração.
O SR. GUILHERME BARBOSA: De nada. Acho
importante que, de fato, esta Câmara Municipal, que representa o povo de toda a
Cidade, se engaje na busca desse recurso, para, de fato, construir uma
alternativa. Lembro, Ver. Ismael, que, há cerca de doze anos, um navio que
carregava produtos altamente explosivos bateu numa das pilastras da ponte.
Felizmente, foi um acidente de pouca monta, porque não chegou a abalar a
estrutura da ponte. Foi uma sorte para a cidade de Porto Alegre, pois uma
explosão poderia ter levado uma parte da nossa Cidade, além de derrubar a
ponte. Portanto é uma possibilidade real. Temos que ter uma alternativa.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Oliboni; Vereadores e Vereadoras, público presente e assistência
desta Sessão, eu também quero corroborar a manifestação do Ver. Guilherme,
porque acho que é papel do Parlamento esse assunto da ponte do Guaíba, da
travessia, da chegada a Porto Alegre, da necessidade de redinamizar,
urgentemente, os fluxos viários e o trânsito de acesso à Cidade, bem como as
suas saídas, pois, com o crescimento da economia e com o aumento da atividade
industrial, comercial e de transportes, a Cidade está a exigir atitudes do
Poder Público, das autoridades. E o Parlamento tem esse papel, um papel da sua
natureza, de levantar,
propor, debater e discutir alternativas e saídas para o caso. Portanto é
meritório o Projeto, também quero me engajar desde já nesse debate, nessa luta,
porque, nas poucas vezes que tenho de sair de Porto Alegre, sou também vítima
da situação dos congestionamentos e da complicação que já está configurada no
trânsito, no tráfego, no transporte, em especial na ponte, mas não só nela,
também na BR 116, Freeway e demais vias que dão acesso à Porto Alegre.
Está
em Pauta também o Projeto de Lei do Executivo nº 024/07, que declara de
utilidade pública a Associação Beneficente Nossa Senhora da Assunção, a Abensa.
E há o Projeto de Lei do Executivo nº 025/07, que declara de utilidade pública
a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural, a ASCAR. ASCAR é o nome
comercial da empresa cujo nome fantasia todos nós conhecemos, Ver. Adeli, é a
nossa querida Emater, empresa da qual faço parte como profissional, como
extensionista, mas sobretudo é uma empresa que, além de ter sido homenageada
aqui por esta Casa em 2005 - uma homenagem que foi gravada para ser repetida de
cinco em cinco anos por esta Câmara -, é uma instituição do mais alto relevo, é
uma instituição da maior importância, porque presta assistência técnica,
extensão rural, aplica os programas de crédito, em suma, dá apoio aos pequenos
agricultores. No Rio Grande do Sul, diretamente, são beneficiadas pelos
serviços da Emater duzentas mil famílias, que têm o apoio subsidiado por
subvenções do Estado, mas, no resultado, certamente, cerca de um milhão de
pessoas são beneficiadas diretamente. Elas têm tido muito retorno, têm tido
expressivos retornos na área econômica, na área social, em especial nos últimos
tempos, principalmente a partir do Governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul,
que foi o pioneiro no trabalho com as populações especiais, antes totalmente
excluídas e alijadas dos programas governamentais. Cito aqui os programas
direcionados aos indígenas, aos quilombolas, aos sem-terra e aos pescadores, um
público bastante expressivo, uma população extremamente carente que precisa em
muito da ajuda dos órgãos públicos, como a Emater, a ASCAR, órgãos encarregados
de realizar esse serviço de assistência técnica, de apoio à extensão, de apoio
tecnológico, de resgate da cidadania e, sobretudo, do desenvolvimento humano.
Então
estamos aqui para saudar também esta que é uma premissa da sobrevivência da
Emater: a filantropia, porque a empresa não visa lucro, ela visa o
desenvolvimento do ser humano, da economia, da agricultura e das pessoas, para
que os sujeitos tenham autonomia e sustentabilidade para um futuro melhor para
todos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Vou
falar sobre dois Projetos de grande importância que estão em 2ª Sessão de Pauta
no dia de hoje. O primeiro deles é o Projeto do Ver. José Ismael Heinen, com
assinatura de vários Vereadores. O que o Vereador quer? Deseja que a Câmara
Municipal crie uma Comissão Especial, uma Frente para estudar o problema da
ponte do Guaíba. Vejam, V. Sas que nos assistem pelo Canal 16, a
importância disso. Queira Deus que nunca venha a acontecer um acidente com a
ponte do Guaíba. Há pouco tempo, um ano ou dois anos atrás, um navio bateu na
ponte do Guaíba, e, graças a Deus, não aconteceu uma coisa pior, conseguiram
consertar em pouco tempo, e a ponte conseguiu baixar. Mas vamos supor que
aconteça algo mais grave; nessa circunstância, como é que fica a situação de
Porto Alegre, deste Município, cujos habitantes dependem da ponte do Guaíba
para se deslocar para outros Municípios, uma vez que essa é a ligação que temos
com vários Municípios?
Então,
essa Comissão que estará sendo criada aqui, com vários Vereadores, é de extrema
importância. Eu acho que temos de reabrir essa discussão para criarmos
alternativas. Uma ligação da Capital do Estado com outros Municípios que
depende de uma ponte móvel sobre o Guaíba é pouco, é muito pouco. Têm de ser
discutidas alternativas sem dúvida nenhuma, e nós sabemos do problema que há no
trânsito cada vez que a ponte tem que ser erguida para a passagem de navios de
grande porte. Há dias em que existem quilômetros e quilômetros de
engarrafamento no trânsito por causa da elevação da ponte do Guaíba. Como eu já
disse, temos de estudar uma alternativa. Se um dia acontecer um acidente pior,
ou se os motores estragarem por causa daquele peso que tem de ser levantado,
como é que fica a ligação entre Porto Alegre e os outros Municípios, que
dependem dessa única travessia, que é a ponte do Guaíba?
Portanto,
eu quero parabenizar o Ver. José Ismael Heinen por essa brilhante iniciativa,
iniciativa de criar uma Frente Parlamentar para estudarmos uma alternativa. Sem
dúvida nenhuma, isso tem de ser estudado. Eu acho que é um Projeto importante,
eu acho que a Câmara, em seu todo, tem que se envolver; a Câmara e outros
segmentos, não digo num curto, mas num médio espaço de tempo, para estudarmos
uma alternativa para a ponte do Guaíba. Também nós sabemos que existe um
tráfego muito grande por causa do Pólo Petroquímico, sabemos que há navios que
carregam venenos e outros produtos de alta periculosidade no Guaíba, sabemos
que muitos desses produtos não podem trafegar à noite, mas trafegam no Guaíba.
Não há um controle. Vamos supor que aconteça um acidente com uma carga tóxica à
noite, principalmente à noite, quando é proibido o trafego de navios, e aí?
Como é que fica o nosso Guaíba? Como é que fica a água que nós consumimos? É um
alerta. É importante, e tudo isso, por meio da Frente Parlamentar, vai ser
discutido na Câmara Municipal e com outros segmentos.
Outro
Projeto em 2ª Sessão de Pauta é o PLL nº 191/07, do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que pede que, antes do início das aulas, nas escolas públicas,
seja cantado o Hino Nacional Brasileiro. Houve uma mudança tão grande, pois me
lembro de quando comecei a estudar numa “brizoleta”, lá no Interior, com
quatro, cinco alunos; antes do início das aulas, na sala de aula, no Interior,
com poucas residências, era cantado o Hino Nacional. O Hino, esta Pátria, esta
Bandeira que nós amamos tanto...! (Aponta para a Bandeira Nacional.) Hoje isso
mudou. Pouca gente sabe cantar o Hino Nacional! O que nos entristece é que
muitas vezes a gente, que assiste a Copa do Mundo, vemos muitos dos nossos
grandes atletas que dão tanta alegria para o nosso povo... Não aconteceu na
última Copa, mas outros países também estão lá para levar alegria para o seu
país, e a imprensa, Ver. João Antonio Dib, evita colocar o microfone perto dos
jogadores, porque muitos deles não sabem cantar o Hino Nacional. Não é uma
crítica aos jogadores, pelo amor de Deus, longe disso, vocês trazem tanta
alegria para o nosso povo...! Isso não é uma crítica, é um alerta, pois
infelizmente muitos não sabem cantar o Hino Nacional.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, se
dependesse de mim, quando escolhessem a Seleção Brasileira, eu mandaria o
jogador cantar o Hino Nacional, e, quando chegasse àquela parte em que diz “...
mas, se ergues da Justiça a clava forte, verás...”, se ele mantivesse a mesma
pulsação, eu o excluiria do jogo. Se ele não tem vibração naquele momento para
o jogo, ele não vai defender o Brasil. Ele vai se projetar, mas não vai
defender o Brasil com o corpo, com a alma e com o coração.
O SR. ERVINO BESSON: Palavras sábias, Ver. João Antonio Dib, quando V. Exª fala; com sua
larga experiência e com toda a sua história, V. Exª continuará dando muita
colaboração para o nosso Parlamento. É verdade.
Eu acho que o Projeto do Ver. Bernardino
Vendruscolo vem chamar a atenção para essa questão, eu considero o Projeto de
grande importância. É um alerta que está sendo feito aqui desta tribuna. Muito
obrigado, meu caro Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadores e
Vereadoras, senhores e senhoras, quero tratar hoje, prioritariamente, do
Projeto do Executivo Municipal que declara de utilidade pública a Associação
Sulina de Crédito e Assistência Rural, a ASCAR. Para todos nós entendermos, a
ASCAR/Emater é a instituição pública do Rio Grande do Sul que faz todo o
trabalho de fomento à produção primária, ou seja, à produção de alimentos, à
produção de matérias-primas para a indústria, à produção animal, e o Rio Grande
do Sul tem-se destacado nesse contexto. Aqui no Rio Grande do Sul, Ver. Ervino Besson,
aqui em Porto Alegre... Porto Alegre se mantém com a característica de uma
cidade rururbana muito pelo trabalho da Emater. Aqui podemos destacar o Otávio,
que coordena a Emater lá no Centro Agrícola Demonstrativo, com uma equipe
fantástica que ajuda e dá apoio à agricultura ecológica, que mantém a feira da
Av. José Bonifácio como produção de Porto Alegre; os outros produtores, do
interior do Rio Grande do Sul, são assistidos também pela Emater.
Ver.
Todeschini, eu quero aproveitar para fazer uma relação da extensão rural com um
grande projeto nacional que está em curso, o projeto de mudança da matriz
energética dos recursos fósseis para os recursos bio - aproveito para
cumprimentar os representantes do Sindicatos dos Postos que estão aqui hoje -,
então, trata-se do combustível. No momento em que estamos tratando da Emater, a
nova matriz da construção do biodiesel... Perguntamos: quem é que vai produzir
a matéria-prima para o biodiesel? É a agricultura, e, dentro da agricultura, a
pequena e média produção vão se beneficiar muito com isso. Quem é que leva essa
tecnologia a essa extensão rural? A Emater. Portanto, a Declaração de Utilidade
Pública dessa instituição pelo Município de Porto Alegre tem esse caráter, o
Presidente Lula tem viajado para o mundo todo, construindo alianças
estratégicas sob o ponto de vista da energia. É algo fantástico o que acontece
hoje sob o ponto de vista do risco mundial: o barril de petróleo chegar a 100
dólares! Não podemos ficar na dependência desse combustível fóssil, todos
sabemos que ele está com os dias contados, porque a lógica é sua extinção pelo
consumo; então, temos que encontrar alternativas, e a alternativa biológica é o
biodiesel, no que o Brasil está sendo pioneiro. No Rio Grande do Sul, quem faz
essa implantação no campo é a ASCAR/Emater.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª
permite um aparte?
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sim, Ver.
Carlos Todeschini, meu colega Engenheiro Agrônomo e técnico da ASCAR/Emater.
O Sr. Carlos Todeschini: Obrigado,
Ver. Comassetto. Corroborando o seu pronunciamento, cumprimentando-o pelas
palavras. Nós temos as alternativas do biodiesel, do biocombustível, porque,
além do biodiesel, há o álcool, todo combustível proveniente da biomassa, que
se impõe como elemento de insumo fundamental para agora e para o futuro. Vimos
as últimas notícias do derretimento da Groelândia, do pólo Norte, efeitos do
aquecimento global, e, ao mesmo tempo, a alternativa de se produzir
combustíveis renováveis, não causadores do efeito-estufa. A última informação
que temos é que, até agora, em dez meses do ano, já foram comercializados dois
milhões de automóveis no Brasil, isso é um sinal de alerta maior. Obrigado pela
tolerância.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Portanto,
para concluir a minha fala, essa produção do biodiesel no Rio Grande do Sul só
existirá se a ASCAR/Emater, que é a instituição pública do Rio Grande do Sul,
levar a tecnologia aos pequenos, médios e grandes agricultores. Portanto, o
Executivo traz esse Projeto, que certamente acataremos e aprovaremos por unanimidade
nesta Casa, porque a ASCAR/Emater é uma instituição pública que cumpre um papel
fundamental para o Rio Grande do Sul.
Então,
reconhecê-la como uma entidade de utilidade pública é algo bem-vindo ao
Município de Porto Alegre e a esta Câmara; que possamos fazer esse
reconhecimento público dessa nobre instituição de extensão rural do Rio Grande
do Sul. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Ver. João Antonio Dib, eu também vou comentar
o PLE n° 025/07, que declara de
utilidade pública a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural, a ASCAR,
a nossa conhecida Emater. Eu acho importante tratar desse tema, porque, em
sendo declarada de utilidade pública, nós podemos avançar muito mais na
parceria entre Prefeitura e Emater.
Há dois anos há um convênio, Ver. Carlos Todeschini,
oriundo da Emater, entre a SMIC e a Emater: um grupo de pessoas de altíssima
qualificação profissional e de dedicação sem precedentes em uma grande parceria
com o Centro Agrícola Demonstrativo da Lomba do Pinheiro. Já tivemos 27
funcionários nesse local, se não me falha a memória, e hoje temos a metade
disso, é difícil sustentar, porque são 33 hectares de terra. Nós temos lá a
Associação Gaúcha de Apicultura, onde existe um espaço para o envasamento do
mel para os nossos apicultores. Nós temos animais, portanto tem que ser
cuidados no final de semana. Há experiências de plantas que têm que ser aguadas
nos finais de semana, tem que ter proteção noturna; portanto, se não fosse a
parceria com a Emater, quase nada disso seria possível.
E a Emater tem esse peso importante, porque tem
condições de ajudar principalmente a nossa área agricultável da Zona Sul, Ver.
Comassetto. Inclusive lá, graças a um trabalho feito em parceria com o Centro
Agrícola Demonstrativo e a Emater, houve a produção de stevia, que é um produto de grande consumo e de grande
possibilidade de venda por causa da questão do uso dietético, com o qual é
feito adoçante. Isso acabou se propalando para Municípios da Região
Metropolitana. Nós tivemos uma experiência exitosa com essa parceria Emater e Centro
Agrícola Demonstrativo na produção de outros produtos, inclusive eles acabaram,
como o próprio mamão, com novas técnicas, se desenvolvendo altamente. O yacon, que é um produto para pessoas
diabéticas, uma espécie de batata proveniente da Bolívia, também teve essa
experiência exitosa por causa da parceria Emater e Centro Agrícola
Demonstrativo.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço-lhe o aparte,
cumprimentando-o pelo pronunciamento. Quero dizer que a questão da filantropia
é essencial para sobrevivência da Emater. É disso que se trata, pois, como é
uma entidade que presta assistência, extensão rural, ela não aufere lucro,
portanto a filantropia é uma necessidade de enquadramento para que a Emater
possa sobreviver. Obrigado, Vereador.
O
SR. ADELI SELL: Dessa forma,
eu quero me somar aos outros Vereadores na defesa desse Projeto de Lei, da sua
imediata aprovação, para que a gente possa continuar defendendo aquilo que deu
certo. Da mesma forma como há um programa que se chama “O Rio Grande que dá
certo”, a Emater é tipicamente uma instituição estadual que deu certo e que
está dando certo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado
o período de Pauta. Havendo quórum, passamos à
Suspendo
os trabalhos para acordo com as Lideranças.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h20min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às
16h27min): Estão reabertos os trabalhos.
Em votação o Requerimento das Lideranças da Casa
para apreciação das seguintes matérias constantes na Ordem do Dia: em primeiro
lugar, haverá a Reunião Conjunta das Comissões para análise do Parecer ao PLE
nº 027/07; a seguir, o PLL nº 163/04; após, PLL nº 169/06, PLL nº 189/04, PLL
nº 037/06, PLCL nº 008/07, PLL nº 027/06 e, por último, o PLL nº 226/06. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h30min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às
17h30min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Solicito a
abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Alceu Brasinha. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Registro a presença de oito
Vereadores. Não há quórum para prosseguirmos com os trabalhos da presente
Sessão.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se s Sessão às 17h33min.)
* * * * *